A hera, muitas vezes vista como uma praga nos jardins ou uma planta de interior atraente, mas com potencial alergênico, revelou um benefício surpreendente: a capacidade de bloquear efetivamente os sinais de dor. Cientistas da Universidade de Leipzig, na Alemanha, alcançaram um avanço significativo na busca por terapias seguras para alívio da dor ao experimentar extratos de hera ( *Hedera helix*). Essa trepadeira perene, também conhecida como hera inglesa, possui um histórico de uso na medicina holística para inflamações e problemas respiratórios, e está disponível em formas medicinais refinadas.


A hera comum, conhecida por sua natureza invasiva nos jardins, pode ser a chave para o alívio da dor.
Um Composto Promissor para o Alívio da Dor
Ao testar milhares de substâncias com propriedades analgésicas, a equipe de pesquisa, liderada pela Professora Annette Beck-Sickinger do Instituto de Bioquímica de Leipzig, descobriu um triterpenóide nas folhas de hera que se liga a um receptor de dor fundamental no corpo humano. Os triterpenóides, compostos orgânicos encontrados em várias fontes, incluindo plantas, fungos, animais e até mesmo rochas sedimentares, são conhecidos por suas propriedades anti-inflamatórias e antivirais. O triterpenóide específico da hera, a hederagenina, bloqueia efetivamente a atividade do receptor 1 do neuropeptídeo FF (NPFFR1). Essa proteína receptora, localizada principalmente na medula espinhal e no cérebro, desempenha um papel crucial na regulação dos sinais e da percepção da dor.


Ilustração representando a ligação da hederagenina ao receptor NPFFR1.
Silêncio na Via da Dor
A ligação da hederagenina ao receptor NPFFR1 silencia efetivamente a via que comunica as mensagens de dor ao cérebro. Esse mecanismo apresenta uma perspectiva promissora para o tratamento seguro e eficaz da dor crônica. A Professora Beck-Sickinger destaca a importância dessas descobertas: “Essas descobertas contribuem significativamente para a compreensão do mecanismo de ativação do NPFFR1 e podem facilitar o design racional de futuras terapias para a dor crônica. Elas demonstram a importância da pesquisa básica na tradução de descobertas para aplicações.”
Uma Abordagem Direcionada ao Gerenciamento da Dor
A especificidade da hederagenina para o NPFFR1, entre muitos receptores semelhantes, representa um grande avanço na pesquisa da dor. Os pesquisadores explicam: “A elucidação dos resíduos-chave que causam a seletividade não apenas aprimora a compreensão das interações ligante-receptor dentro do sistema de receptores NPFF, mas também prepara o caminho para estratégias racionais de design de medicamentos voltadas para otimizar a eficácia terapêutica e minimizar os efeitos fora do alvo na modulação das vias de sinalização nociceptiva.”
O estudo foi publicado na revista Angewandte Chemie International Edition.


Equipe de pesquisa trabalhando em laboratório.
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Inspiração
Descobertas científicas inspiradoras que podem revolucionar o tratamento da dor.
— Nomad Blogger